quinta-feira, 31 de julho de 2008

Ketixupe.cards

Ketixupecard é uma série de cartões que estou desenvolvendo como forma de externar minha opinião sobre os fatos e problemas que nós enquanto sociedade estamos passando por conta de um estado falido. Num país onde crianças são arrastadas, mortas e violentadas diariamente; onde uma idosa negocia com seu algoz, o estupro; onde somos maculados por criminosos oficiais e oficiosos... beneficiados por brechas legais..., fica difícil manter a pose de modelo e vendar os olhos. Isso fica bonito para uma escultura que nada sente, nada vê, nada ouve, ou seja, nada opina ou sabe. O sistema parece gostar da violência, parece que ela tem um doce sabor, já que vem aumentando assutadoramente. Por isso dei a essa série o nome de: Ketixupe.card - o doce sabor da violência.


Cartão 01:
Protesto pela morte da menina Maria Eduarda Ramos de Carpina - PE e também por todas as pessoas desconhecidas que são vítimas diariamente em nossas cidades das ações de criminosos e de um estato falido.

Criação do cartão: Hædi



Cartão 02: 10/09/2008
Novamente, somos agredidos com mais um notícia aberrante: dois irmãos são mortos, queimados e esquartejados pelo pai e pela madrasta. Um histórico de violência, de idas e vindas e de prováveis “erros” que culminaram num assassinato bárbaro. Depois, como sempre, fica aquele velho disco, quer dizer, cd arranhado: apurar os fatos e punir os culpados. A dor daquela mãe é a dor de todos nós. Foram mais dois brasileiros, mais dois irmãos nossos que foram recortados como "picadinho de carne" e servidos friamente nos pratos do banquete da violência que assola esse país. É LASTIMÁVEL. Não deixemos que esse tipo de coisa aconteça novamente. Isso é um compromisso pessoal e intransferível. Externo meu profundo respeito e solidariedade àquela mãe duplamente esfaqueda no coração.

Por fim, diante do que se fala na mídia, cabe perguntar: foi a Lei que errou ou foi alguém que se julgou ser a própria lei? O cartão abaixo quetiona isso.



Cartão 03
A violência é moeda vigente na mídia. Creio até que se acabasse, muita gente morreria de tédio por não poder noticiar com tanta ênfase os casos que ocorrem em nosso país. Um exemplo disso é o caso Eloá/SP. Depois, Ananda/PE e mais recente, Raquel/PR. Crimes bárbaros, que ganham força pelas vias midiáticas. Parecem seguir o modelo de análide do ciclo de vida de um produto: Inciação, Conhecimento, Maturidade, Saturação e Declínio. E dependendo do andar da fila, o glamour macabro acaba logo. Além de me chocar com os três casos,fiquei mais ainda quando vi em dois momentos, perguntas estúpidas, infelizes e desrespeitosas feitas por repórteres aos sobreviventes dessas tragédias. No caso Eloá, perguntou-se à mãe que estava ao lado da filha morta: "A Sra. perdoa o homem que matou sua filha?" e ao pai de Raquel: "O que o Sr. diria à sua filha nesse momento?". Nada justifica essas posturas medíocres. Nada! O cartão abaixo representa esse vicioso ciclo midiático de vida. É a morte das pessoas gerando lucros e índices de audiência.

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